A Central Única das Favelas, desde 2006, institui o dia 04 de novembro como o Dia Nacional da Favela, data marcada por atividades em todas as cidades brasileiras, principalmente no Rio de Janeiro e Ceará cuja data já é oficializada no calendário municipal. Aqui, na Bahia, a comunidade de Itapuã junto com a Cufa local construiu uma programação para discutir políticas públicas para o povo favelado baiano.
Serão três momentos distintos: a) Manjar da Favela, um café comunitário servido de iguarias africanas e indígenas, feito pelas mãos habilidosas das quituteiras do bairro; b) Bate Papo Favela, um espaço de discussão sobre políticas públicas e um passeio na importância da Cultura de Rua e Seus Resultados, c) e por fim o Favela Musicada, na Casa da Música, com apresentações dos shows de rap, jazz, grupos de dança, discotecagem, capoeira, samba de roda, feira de artesanato, teatro e poesia.
Durante todo o evento, o graffite terá momento de destaque. Com o tema “Personalidades de Itapuã” (Lavadeiras, Ganhadeiras, Compositores e Artistas), grafiteiros representantes da arte urbana estarão durante as três ações comemorativas do evento fazendo obras de arte em madeirites, ao vivo, as quais serão sorteadas entre os convidados presentes.
O evento acontece durante todo o dia 04 de novembro com a seguinte programação: 8h às 10h: Café Comunitário Manjar da Favela, no Terreiro Axé Abassá de Ogum, na Rua Luiz Viana Filho, 17, Nova Brasília de Itapuã 15h às 18h: Bate Papo Favela “A importância da cultura de rua e seus resultados”, na Casa da Música (Lagoa do Abaeté) 18h30 às 22h: Favela Musicada (música, teatro e poesias), na Casa da Música.
A atividade conta com o apoio da Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza, da Fundação Cultural da Bahia/Casa da Música e da comunidade artístico-cultural de Itapuã.
A data
Em pesquisa feita pela Cufa do Rio de Janeiro, entre tantas datas significativas, constatou que foi em 4 de novembro de 1900 que o Estado, na pessoa de um delegado da 10ª circunscrição dialogou com chefe da polícia da época – Dr. Enéas Galvão - sobre uma favela, nesse caso o Morro da Providência, a primeira favela do Brasil. Na carta encaminhada ao prefeito do Rio de Janeiro, tanto a área geográfica quanto a comunidade nela instalada são tratadas como problema social, sanitário, policial, e até mesmo moral. Na linguagem do documento falam de "limpar" aquelas áreas. Ou seja, a primeira favela surge ao mesmo tempo em que é identificada através de estigmas que vão durar muito tempo. Daí a iniciativa de criar o Dia da Favela para promover a transformação do estigma
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